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Mostrando postagens de maio, 2019

A política neoliberal na educação e a luta para superá-la

Os recentes cortes na educação de nível básico e superior fazem parte de uma ampla política estatal. Isto quer dizer que não se trata de uma medida específica do governo Bolsonaro, mas sim de uma política do Estado neoliberal - forma assumida pelo Estado no capitalismo contemporâneo - que atende aos interesses da burguesia. Tais cortes não são novidade, e já ocorriam nos últimos governos federais (petistas e peemedebistas). Além disso, em âmbito estadual, vemos o caso do atual governo da Bahia, governado por Rui Costa (PT), que realizou cortes nas Universidades estaduais, provocando uma greve dos professores que perdura desde o dia 09 de abril deste ano, mesmo com os salários cortados. Nesse sentido, o problema dos cortes na educação e demais medidas governamentais que atingem as classes desprivilegiadas não tem como causa um governo específico, mas faz parte de uma totalidade que é a sociedade capitalista. A solução para tal problema, por sua vez, não é colocar outro burocrata no p

Como combater o reacionarismo?

COMO COMBATER O REACIONARISMO? Texto de Nildo Viana (Publicado originalmente no blog " Informe e Crítica ") Hoje é possível perceber um avanço do reacionarismo que vem ganhando cada vez mais espaço, especialmente na sua forma do conservantismo, inclusive no Brasil. Esse conservantismo (e não fascismo, como querem nos fazer crer o discurso petista) [1]  vem se fortalecendo em escala mundial, tendo alguns países que elegeram presidentes conservantistas ou próximos disso. O conservantismo é uma variante do reacionarismo, tal como o fascismo e o nazismo, embora mais moderado em alguns aspectos. Ele se caracteriza por ser um conservadorismo amplo, tanto moral quanto político. Desta forma, ele é estatista, autocrático, tradicionalista, etc. O regime militar, no Brasil, era conservantista. No caso brasileiro, há um avanço do conservantismo e do liberal-conservantismo [2] . A questão que assume importância hoje é: como combater o conservantismo? Esse problema

Cortes na educação e a necessidade de auto-organização

A resistência e a luta contra os cortes na Educação não cairá do céu e definitivamente não virá de cima para baixo. Um bom ponto de partida é evidenciar que só a partir da ação livre e direta de todos os estudantes, professores, técnicos-administrativos e terceirizados, auto-organizados a partir de seus locais de trabalho e estudo, podem esperar ter lugar ao Sol, resistir aos ataques à Educação e radicalizar suas lutas. Exemplos e experiência de lutas recentes na educação brasileira não faltam. Por menos, os secundaristas de Goiás e São Paulo, em 2015, ocuparam ativamente seus locais de estudo e deram uma lição de luta autônoma mostrando que é possível barrar sim ataques dos mais diversos e perversos, sem precisar de políticos profissionais, organizações burocráticas e falsos "porta-vozes" do movimento. Mas é preciso ir além. Não é somente no elogio acrítico as formas de auto-organização que é possível avançar para além da resistência. É necessário criar centros de co

O que significa "partido" em Marx?

Embora n' O Manifesto Comunista esteja evidente que a acepção dada à palavra "Partido" seja bastante ampla (de "tomar partido" ["assumir posição"] em relação aos interesses do proletariado), ainda há muitas pessoas que atribuem um sentido restrito a essa palavra, especialmente ligada a acepção do partido moderno tal como conhecemos hoje. O significado mais recente de "partido" tem um caráter muito especializado (burocratizado) e, especialme nte em relação aos partidos autodenominados "comunistas" ou "socialistas", atrelado à ideologia da vanguarda de Lenin (influenciado por Kautsky) - o que é antagônico a Marx e seu pressuposto de que a revolução dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores. Mas, para tornar ainda mais evidente esse significado amplo de "partido" em Marx, Yvon Bourdet, em seu texto "Karl Marx e a autogestão", nos relembra uma carta de 1860 em que o revolucionário alem

O 1º de maio e a luta pela autogestão social

Há mais de um século, uma multidão de milhares de operários realizou uma manifestação na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, para exigir a redução da jornada de trabalho de mais de 16 horas para 8 horas diárias. Os manifestantes foram brutalmente reprimidos pela polícia e por indivíduos armados de uma empresa de segurança. Esse acontecimento deu origem ao 1º de maio . No capitalismo, a luta de classes entre trabalhadores e capitalistas (empresários) é incessante: de um lado, os capitalistas tentam a todo custo aumentar a exploração da força de trabalho, pagando salários menores, aumentando a jornada de trabalho e negando as suas necessidades; por seu lado, os trabalhadores resistem, lutando por melhores salários, por condições satisfatórias de trabalho e contra a exploração. Isso demonstra que a conciliação entre essas duas classes é impossível. Diante dessa impossibilidade, o estado age, através dos governos, do parlamento e do poder judiciário para tentar impedir que a revolt