Os recentes cortes na educação de nível
básico e superior fazem parte de uma ampla política estatal. Isto quer dizer
que não se trata de uma medida específica do governo Bolsonaro, mas sim de uma política do Estado neoliberal - forma assumida pelo Estado no capitalismo contemporâneo - que atende aos interesses da burguesia. Tais cortes não são
novidade, e já ocorriam nos últimos governos federais (petistas e peemedebistas).
Além disso, em âmbito estadual, vemos o caso do atual governo da Bahia,
governado por Rui Costa (PT), que realizou cortes nas Universidades estaduais, provocando
uma greve dos professores que perdura desde o dia 09 de abril deste ano, mesmo
com os salários cortados.
Nesse sentido, o problema dos cortes na
educação e demais medidas governamentais que atingem as classes
desprivilegiadas não tem como causa um governo específico, mas faz parte de uma
totalidade que é a sociedade capitalista. A solução para tal problema, por sua
vez, não é colocar outro burocrata no poder, de um partido diferente. Os
partidos políticos são organizações burocráticas que não estão preocupados com
o avanço radical da luta dos estudantes e trabalhadores, mas sim em alcançar o
poder. Todas as organizações burocráticas possuem interesses próprios, mesmo
aquelas que se dizem representantes dos estudantes, e por isso devem ser
combatidas.
Ao mesmo tempo, é preciso nos
auto-organizarmos em nossos locais de trabalho e estudo, e nos articularmos com
o proletariado, demais classes dos trabalhadores e desempregados - pois nossa
luta deve ser total, a fim de transformar as raízes daquilo que é a origem do
problema da educação e da economia: a sociedade capitalista. Diversas formas de
auto-organização já foram colocadas em prática recentemente pelas lutas dos
secundaristas de diferentes estados do país, e historicamente pelas
experiências revolucionárias dos trabalhadores. A luta contra os cortes na
educação só pode ser vitoriosa caso esteja vinculada às lutas mais amplas
contra a sociedade capitalista, com a passagem de uma luta defensiva para
ofensiva, da resistência ao enfrentamento generalizado ao capital.
Movimento Autogestionário – Núcleo São
Paulo
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